Deus tem um sonho: que o homem possa novamente ter comunhão com Ele. Desde o início, quando Deus criou o homem, Ele o criou com um propósito e com uma finalidade específica: que o homem fizesse parte da vida de Deus. Quando o homem caiu no pecado, a vida de Deus deixou de existir dentro do homem. Assim, o coração do homem passou a não ter mais o coração de Deus batendo junto ao dele. A Bíblia diz em Isaías 1.5: “Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco”. Gênesis 6.5 afirma: “Toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”.
Ezequiel 36.26 diz: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de
vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de
carne”.
No texto que acabamos de ler, o
profeta Ezequiel declama ao povo de Israel que chegará o tempo em que o Senhor
Deus mudará a sorte deste povo e o restaurará e o trará de volta para Ele; e
Ele começará fazendo isso dando um novo coração. Essa promessa se cumpriu em
Jesus e através de Jesus. É preciso que conheçamos e tenhamos o coração de
Jesus para poder receber os sonhos de Deus em nossas vidas. Ele cumpriu o sonho
de Deus.
O coração de Jesus não era orgulhoso
Para que possamos viver os sonhos
de Deus e os nossos sonhos em Deus é preciso que deixemos o nosso orgulho de
lado.
Orgulho da religiosidade: Jairo precisou vencer seu orgulho
para ter seu sonho realizado: ter sua filha curada da morte. Marcos 5.22:
“Então chegou ali um dos dirigentes da
sinagoga, chamado Jairo. Vendo Jesus, prostrou-se aos seus pés”. Jairo era
judeu e não se prostrava diante de outro a não ser Deus. Naquele momento havia
uma multidão que conhecia a Jairo e sua posição no Judaísmo, mas Jairo não se
preocupou com isso e reconheceu que apenas Jesus era a salvação para a sua
filha.
Orgulho do egoísmo: O orgulho de Saul. Às vezes nós estamos dentro da
igreja, mas afastados de Deus, afastados do centro da vontade de Deus e isso
torna-nos orgulhosos. Por causa do seu orgulho, Saul foi rejeitado por Deus e
perdeu a sua bênção. Às vezes perguntamos: “– Por que Deus não realiza os meus
sonhos?”, mas esquecemos que estamos com um “Saul” enorme dentro de nós.
Orgulho social: O orgulho de Naamã (II Reis 5.1-19): “Ora, Naamã, chefe do exército do rei da
Síria, era um grande homem diante do seu senhor, e de muito respeito, porque
por ele o Senhor dera livramento aos sírios; era homem valente, porém leproso”.
Naamã era um homem bem sucedido (era o chefe do exército do rei da Síria); um
homem que tinha seu talento reconhecido pelo próprio rei; era amado por seus
soldados; gozava de muito conceito e respeito por todos do seu país; homem
abençoado por Deus (por meio dele, Deus dera livramento aos sírios); tinha uma
esposa que o amava e se preocupava com ele; entretanto Naamã não era feliz: ele
era leproso! Naamã foi buscar ajuda através de um profeta do Deus de Israel
(Eliseu).
Quando não temos um coração
orgulhoso estamos pronto para viver a história que Deus tem para vivermos, e
não vivermos a nossa própria história. Deus
quer primeiro tirar o nosso orgulho para que realmente possamos viver nossos
sonhos. Quantos testemunhos nós já ouvimos dizendo que tal irmão foi
abençoado com um emprego, mas que após isso não teve mais tempo pra obra de
Deus. Temos que entender que Deus não nos dará nada que nos afaste dele. A
bênção chegará a nossa casa quando estivermos realmente livres de todo orgulho,
reconhecendo que dependemos de Cristo para tudo.
Jesus possuía um coração espiritual e focalizado
Seus pensamentos refletiam um
relacionamento íntimo com o Pai. “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim”
(Joã0 14.11). A primeira pregação de Jesus começou com as palavras “O Espírito
do Senhor está sobre mim” (Lucas 4.18). Ele foi “conduzido pelo Espírito”
(Mateus 4.1) e “cheio do Espírito Santo” (Lucas 4.14). Ele retornou do deserto “pela
virtude do Espírito Santo” (Lucas 4.14). Jesus estava em constante oração e se
retirava para o deserto para orar (Lucas 5.16). Tudo que Jesus fazia, ele fazia
por causa do Pai: “Porque tudo quanto ele (Deus) faz, o Filho o faz igualmente”
(João 5.19)
O apóstolo Paulo nos ensina que “devemos pensar nas coisas lá do alto”
(Colossenses 3.2). Em que temos pensado ultimamente? Onde tem estado o
nosso coração? Nas coisas de Deus ou nas coisas dos homens? O coração do
cristão deve ser um coração voltado às coisas de Deus: em constante oração,
louvor e adoração ao Pai.
Na segunda carta aos Coríntios no
capítulo 4 verso 18, Paulo resume em que o coração cristão deve está focalizado:
Assim, fixamos os olhos, não naquilo que
se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se
vê é eterno.
Jesus tinha um coração humilde e pronto para perdoar
Em Colossenses 3.12,13 diz: “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo
e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e
paciência. 13 Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns
contra os outros. Perdoem como o Cristo lhes perdoou”.
Jesus conviveu três anos com o
mesmo grupo de pessoas, ao redor da mesma mesa, indo aos mesmos lugares,
viajando nos mesmos barcos, andando pelas mesmas estradas, visitando as mesmas
casas. Jesus conhecia bem cada discípulo seu. Sabia dos pontos fortes e fracos
de cada um. Como será que Jesus conseguiu ser tão dedicado a esses homens? Como
Deus, ele sabia cada pensamento deles. Sabia das suas dúvidas, das suas
fraquezas, dos medos. Como será que Jesus conseguiu amar a Pedro sabendo que
este o trairia? Como será que Jesus amou a Judas sabendo que este o entregaria
a morte? E Tomé que não acreditou em sua ressurreição? Como Ele foi capaz de
amar pessoas difíceis? A resposta é: através de uma toalha e uma bacia. Através
do ato de ajoelhar-se e lavar os pés de todos os seus discípulos Jesus nos ensina
que é necessário que tenhamos o coração pronto para perdoar, pronto para
liberar misericórdia antes mesmo de pedirem por isso.
Jesus ordena que nós façamos o
mesmo. João 13.14,15: “Pois bem, se eu,
sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os
pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz”.
Havia um propósito em seu coração
Em João 6.38 encontramos: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria
vontade, e sim a vontade daquele que me enviou”. Desde a eternidade Jesus existe. Ele
sempre esteve com Deus nos céus. Por Ele, com Ele e para Ele, foram criadas
todas as coisas. Ele, o Pai e o Espírito formam uma unidade perfeita que não
precisa de mais nada. Mas, por causa do seu imenso amor, Deus criou o homem. E Jesus
precisou descer dos céus justamente por causa do pecado do homem que fez com
que este perdesse a comunhão com o Pai.
Jesus veio a terra com um propósito
específico em seu coração: Ele não veio para ser teólogo.
Jesus não escreveu livros. Ele não veio para ser filósofo. Filósofos procuram
verdades, e quando encontram, as deixam para a ciência. Jesus é a Verdade (Jo
14.6: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida). Ele não veio para ser médico.
Jesus curou fisicamente algumas dezenas de pessoas, mas deixou todo o resto do
mundo fisicamente doente. Lucas 19.10: “Porque
o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Esse é o
propósito que ardia dentro do coração de Jesus. Ele estava tão concentrado na
sua missão que soube dizer “Ainda não é
chegada a minha hora” (Jo 2.4) e também “Está
consumado” (Jo 19.30).
Para receber e viver os sonhos de
Deus é necessário que tenhamos o coração igual ao daquele que recebeu, viveu e
cumpriu o sonho de Deus: Jesus.
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