domingo, 4 de janeiro de 2015

O Evangelho é sofredor


(Mensagem baseada no vídeo "Você irá sofrer" de John Piper que você pode encontrar no Youtube)
Queria começar esta mensagem fazendo uma pergunta: Você é feliz? Se fizéssemos essa pergunta a uma pessoa que não teme a Deus, um ímpio, ele com certeza responderia: “eu sou feliz por que não tenho problemas, ou por que tenho dinheiro, ou por que tenho saúde, ou por que eu não sofro”. Isso era o que um ímpio responderia. Se fizéssemos essa mesma pergunta a um monge recluso em seu mosteiro, ele diria que é feliz “por que a santidade, meditação e sacrifício é o que realmente importa nesta vida”. Se fizéssemos esta mesma pergunta a um cristão, muito provavelmente ele responderia que é feliz “por que sirvo a Deus, vou à igreja as quintas, aos domingos, tenho comunhão com meus irmãos, a minha vida está muito boa com Cristo”. Se fizéssemos essa pergunta ao Pr. Yousef Nadarkhani, o pastor iraniano que passou três anos presos devido a ter pregado o Evangelho de Cristo a muçulmanos e foi solto recentemente, ele com certeza diria: “sim, sou feliz por que estou sofrendo por Cristo. Por que tudo que tenho passado em sofrimentos nesta carne, tem servido para manifestar a glória de Deus aonde quer que eu vá.”
Mateus 16.24
Então Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”
Mateus 10.21
O irmão entregará à morte o seu irmão, e o pai, o seu filho; filhos se rebelarão contra seus pais e os matarão. E odiados de todos serei por causa do meu nome.
João 16.1,2
Eu lhes tenho dito tudo isso para que vocês não venham a tropeçar. Vocês serão expulsos das sinagogas; de fato, virá o tempo quando quem os matar pensará que está prestando culto a Deus.
2 Timóteo 3.12
De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.
1 Pedro 4.12,15
Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria.
Romanos 8.17-19
“Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória. Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada.”
Atos 5.41
“Os apóstolos saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de receberem sofrimento por causa do nome de Jesus.”
2 Timóteo 1.8
“Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os meus sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus.”
Mesmo que muitos não aceitem ou queiram ensinar o contrário ou acham que isso já está ultrapassado e serviu apenas para a igreja primitiva, nós devemos sofrer por causa da pregação do Evangelho. Se nossa vida cristã está "muito boa", tem algo muito errado. Muito sangue já foi derramado até que a nós chegasse a revelação de Cristo como Senhor e Salvador do mundo. Muito sangue ainda tem sido derramado nos dias de hoje por essa mesma revelação. O que nós temos feito por essa revelação? Temos sofrido o bastante para sermos dignos de viver por Ele?
1. Devemos sofrer por Cristo
Filipenses 1.29
“Pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele.”
Não recebemos de Deus apenas a graça de crer em Cristo, mas também Deus nos deu a graça de sofrer, de padecer por Cristo.
Paulo nos ensina que não recebemos de Deus a graça apenas para crer, pois através da graça temos a fé e a fé nos aproxima de Cristo, e temos contato com Cristo e todos os benefícios. Mas também recebemos a graça de padecer por Cristo.
Por que Paulo ensina isso?
Quando Paulo escreve aos filipenses ele estava preso em Roma e sofrendo todas as conseqüências que uma vida carcerária pode trazer. Então Paulo explica aos Filipenses que a dádiva não é só a fé, mas também o sofrimento. Por quê? Por que por causa da prisão de Paulo, do sofrimento de Paulo, muitos irmãos começaram a pregar o Evangelho.
Filipenses 1.12:
“Quero que saibam, irmãos, que aquilo que me aconteceu tem, ao contrário, servido para o progresso do evangelho. Como resultado, tornou-se evidente a toda a guarda do palácioc e a todos os demais que estou na prisão por causa de Cristo. E os irmãos, em sua maioria, motivados no Senhor pela minha prisão, estão anunciando a palavrad com maior determinação e destemor.”
2. Falta a nossa oferta para o sofrimento para completar as aflições de Cristo
Colossenses 1.24-29:
“Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo, que é a igreja. 25 Dela me tornei ministro de acordo com a responsabilidade, por Deus a mim atribuída, de apresentar-lhes plenamente a palavra de Deus, 26 o mistério que esteve oculto durante épocas e gerações, mas que agora foi manifestado a seus santos. 27 A ele quis Deus dar a conhecer entre os gentiosd a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança da glória. 28 Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. 29 Para isso eu me esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mim.”
Segundo John Piper, o texto de Cl 1.24 é quase uma heresia. Quase. Paulo dizer que em seu corpo caído e pecador, ele completa o sofrimento de Cristo? Mas graças a Deus que temos a revelação do Espírito de Deus para que possamos entender o que o apóstolo da cruz diz. Paulo não quis dizer que na obra redentora na cruz realizada por Cristo ainda falta alguma coisa para que nossos pecados fossem justificados e ele, Paulo, iria acrescentar algo para que essa obra fosse completa. Isto sim seria heresia. O sofrimento de Cristo como obra de justificação de nossos pecados e redenção do homem é completa.
O que Paulo quis dizer deve ser a mesma coisa que nós deveríamos dizer hoje: “com a ajuda de Deus vou completar o que falta das aflições de Cristo na minha casa, no meu trabalho, na minha escola, para as pessoas que ainda não conhecem o evangelho.”. Isso quer dizer que nós não acrescentamos valor de compensação da morte de Cristo, mas que acrescentamos aos nossos próprios corpos a extensão do sofrimento daqueles por quem Ele morreu.
Filipenses 2.30:
“Porque ele quase morreu por amor à causa de Cristo, arriscando a vida para suprir a ajuda que vocês não me podiam dar.”
Relação do sofrimento de Cristo em favor da igreja (Cl 1.24) e o sofrimento de Epafrodito em favor de Paulo (Fp 2.30). A igreja em Filipos tinha algo a oferecer a Paulo, uma oferta de amor sacrificial. Só que faltava eles oferecerem esse presente pessoalmente, por que isso era impossível. Então Epafrodito vai e se apresenta a Paulo como o supridor dessa falta pelo filipenses.
Quando Paulo diz: “Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo”, ele quer dizer: Cristo morreu pela humanidade, morreu pelas pessoas da nossa família, do nosso trabalho, da nossa escola, universidade. O débito do homem para com Deus foi pago através do sofrimento e morte de Cristo. Pessoas não alcançadas receberam o pagamento da sua dívida através de Jesus. O problema é que elas não sabem. Não podem provar. Não podem experimentar o que é viver com Deus.
Está faltando algo neste sofrimento.
Você pode dizer “mas é óbvio que o Evangelho tem que ser difundido”, mas não era isso que Paulo queria dizer, mas sim é através do nosso corpo e do nosso sofrimento que os sofrimentos de Cristo chegam as pessoas não alcançadas.
Pensem em como começou o Cristianismo começou e chegou até nós. Pensem em quanto sangue foi derramado, em quantas noites foram passadas em claro, em quantas dores foram sentidas nos corpos das pessoas que entregaram a sua vida por amor ao sofrimento de Cristo. Tudo isso para que a mensagem de amor e sofrimento de Cristo pudesse ser passada para cada pessoa.
Um grande homem de Deus disse: “A cruz de Cristo serviu para a reconciliação. A nossa cruz é para propagação.”

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