Mateus
7.21-23:
“Nem todo o que me disser: ‘Senhor,
Senhor’, entrará no reino dos céus, senão aquele que fizer a vontade de meu
Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não
profetizamos em teu nome e não expulsamos demônios em teu nome, e não fizemos
muitas obras poderosas em teu nome?’. Contudo, eu lhes confessarei então: Nunca
vos conheci! Afastai-vos de mim, vós obreiros do que é contra a lei.”
Gostaria de
começar esta mensagem fazendo algumas perguntas. E essas perguntas têm algo em
comum: todas essas perguntas possuem a mesma resposta. O que te fez vir à
igreja hoje? O que te fez vestir essa roupa que você está vestindo? O que te
fez escolher estar sentado nesse lugar que você está sentado ou lendo isso que
você está lendo? Que motivação você teve a estar na igreja que você está hoje?
O que te fez aceitar a Jesus como Senhor e Salvador da sua vida? A resposta é
uma: a sua vontade. Tudo que nós fazemos, fazemos por causa da nossa vontade.
Tudo que nós executamos, executamos por causa da nossa vontade. Todas as coisas
que deixamos para trás, deixamos por causa da nossa vontade.
O homem é um
ser que possui vontade própria. Aliás, uma das coisas que nos faz ser a imagem
e semelhança de Deus é o fato de nós termos vontade própria. Se nós não tivéssemos
vontade própria, não seríamos seres livres e por consequência não seríamos
semelhantes a Deus. Deus é um ser livre e por isso tem vontade própria. Foi por
causa da Sua vontade própria que Deus decidiu criar tudo que criou, da forma
que criou, no tempo que criou. Por causa da Sua vontade que Ele decidiu nos
criar como seres livres – e não robôs programados – para termos nossa própria
vontade. Deus nos deu a possibilidade de termos nossa própria vontade.
E foi por
causa dessa vontade dada por Deus, que nós nos afastamos de Deus. Foi por causa
da nossa própria vontade que nós traímos a Deus. Foi por causa da nossa vontade
que nós nos afastamos da vontade de Deus.
E é por isso
que é tão importante conhecer a vontade Deus. É por isso que é tão importante ao
homem conhecer qual é a vontade de Deus. Qual a vontade daquele que é o criador
do homem.
A vontade de
Deus é algo tão importante, tão fundamental para a vida do homem, que o próprio
Deus precisou revelar a sua vontade para que o homem pudesse voltar a viver com
Ele, condição esta perdida por que o homem havia desobedecido a uma vontade de
Deus. A Bíblia, desde Genesis a Apocalipse é centralizada em um único tema: a
vontade de Deus. O Senhor revela a sua vontade ao homem de forma tão tremenda
que este não tem como não dizer que não conhece a vontade de Deus. Mas então
qual a vontade de Deus? Como conhecer a vontade de Deus?
Pra falar da
vontade que Deus revelou é preciso entender outros aspectos, outros tipos de
vontade que Deus tem. De modo geral, a Bíblia refere-se a vontade de Deus em quatro
sentidos diferentes:
(1) A vontade de Deus como sendo a Lei de Deus
Salmos 40.8, o salmista Davi
declara:
“Tenho grande
alegria em fazer a tua vontade, ó meu Deus; dentro do meu coração, está a tua
lei.”
Romanos 2.17,18, o apóstolo
Paulo considera que conhecer a Deus é a sua vontade. Ou seja, em sua lei Deus
nos instruiu acerca da totalidade da sua vontade.
“Ora, você
leva o nome de judeu, apoia-se na Lei e orgulha-se de Deus. Você conhece a
vontade de Deus e aprova o que é superior, porque é instruído pela Lei.”
(2) A vontade soberana de Deus
Esta é a vontade determinada
de Deus. A vontade decretada de Deus. A vontade de Deus que é cumprida em sua
totalidade. A vontade exclusiva de Deus. Ou seja, a vontade que não depende de
outras coisas para acontecer ou para serem cumpridas. Essa é a vontade de
Isaías 46.9,10:
“Lembrai-vos das primeiras coisas dos
tempos antigos, pois Eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus e outro não há
como eu. Narro o fim desde o princípio e conto desde a antiguidade as coisas
que acontecerão. Meu conselho permanecerá e eu farei toda a minha vontade.”
Foi por causa dessa vontade
que Deus criou o mundo. Foi por causa dessa vontade que Deus criou o homem. O
homem não é obra do acaso, mas sim obra de um Deus pessoal, com vontade
própria, que decidiu criar o homem por causa do seu imenso amor.
É por causa dessa vontade
soberana de Deus que Jó declara (Jó 42.2):
“Bem sei que tudo podes, e nenhum dos
teus planos pode ser frustrado.”
(3) A vontade permissiva de Deus
É aquela vontade que Deus
permite, ou deixa acontecer, mesmo ele não querendo especificamente que aquilo aconteça.
Essa é a vontade de Deus que permite com que as guerras aconteçam, que faz com
que crianças morram de fome, catástrofes naturais destruam cidades e mais cidades,
velhos sejam torturados, pais matem filhos, filhos matem pais.
Essa vontade ela só acontece,
por que depende dos outros para acontecer. É por que os homens não fazem a
vontade perfeita de Deus, que Deus permite com que coisas contrárias a Sua vontade
perfeita aconteçam.
É pelo fato do homem se
afastar tanto de Deus, se afastar tanto da vontade perfeita de Deus, que Deus
poderia dar o pior “castigo” que o homem poderia ter: deixá-lo a sua própria sorte,
a sua própria vontade. É Deus se ausentar de tal forma da vida do homem a tal
de dizer: “Eu lavo as minhas mãos com vocês, e os deixo viver debaixo própria
vontade de vocês”.
Muitas vezes estamos vivendo
em nossas vidas mais a vontade permissiva de Deus do que a sua vontade
perfeita. E justamente por não viver a vontade perfeita de Deus, a vontade
permissiva se faz presente em nossas vidas.
(4) A vontade perfeita de Deus
Em Romanos
12.2 temos que: A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Essa é a vontade
que Deus quis revelar ao homem: a Sua vontade perfeita, a vontade revelada de
Deus.
Paulo diz que
a vontade perfeita de Deus é boa e agradável. Ele não disse apenas que a
vontade era perfeita, mas desagradável. Ou perfeita, mas não tão boa assim. Mas
sim, boa, perfeita e agradável. Então se a vontade Deus é boa, perfeita e
agradável, por que o homem não busca viver essa vontade? Por dois motivos:
(1) Ou o homem não conhece essa
vontade relevada de Deus
(2) Ou o homem não desejar viver
em sua vida essa vontade revelada de Deus
E para os que
estão lendo esse texto agora, o primeiro motivo já não será mais motivo por que
em 1 Timóteo 2.4 e em 2 Pedro 3.9, Deus revela qual a sua vontade perfeita:
“o qual deseja que todos os homens
sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. (1 Tm 2.4)
“Não retarda o Senhor a sua promessa,
como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo
que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pe 3.9)
Esta é o tema
central da Bíblia: a revelação de Deus para a salvação do homem.
Então se a
partir de hoje não buscarmos viver essa vontade boa, perfeita e agradável é por
que nós não queremos isso em nossas vidas. E da mesma forma como a vontade
permissiva de Deus depende de outras coisas para serem cumpridas, a vontade
revelada de Deus também depende de outros fatores para acontecer. Infelizmente,
essa vontade não vem sido cumprida em sua totalidade. E por causa de dois
motivos:
(1)
O homem não deseja ser salvo
Romanos 3.23; 5.9
(2)
O homem não deseja levar a vontade revelada de Deus a outros homens
João 3.16 e Isaías
53.1-11 e mostram que Deus não poupou esforços para revelar a sua vontade aos
homens.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.” (Jo 3.16)
“Quem creu em nossa mensagem? E a quem
foi revelado o braço do SENHOR? 2 Ele cresceu diante dele como um broto tenro, e
como uma raiz saída de uma terra seca. Ele não tinha qualquer beleza ou
majestade que nos atraísse, nada havia em sua aparência para que o
desejássemos. 3 Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e
experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi
desprezado, e nós não o tínhamos em estima. 4 Certamente ele tomou sobre si as
nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nós o consideramos
castigado por Deus, por Deus atingido e afligido. 5 Mas ele foi transpassado por
causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava
sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados. Todos nós, tal qual ovelhas, nos
desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o SENHOR fez
cair sobre ele a iniqüidade de todos nós. 7 Ele foi oprimido e afligido; e,
contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e
como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a
sua boca. 8 Com julgamento opressivo ele foi levado. E quem pode falar dos seus
descendentes? Pois ele foi eliminado da terra dos viventes; por causa da
transgressão do meu povo ele foi golpeado. 9 Foi-lhe dado um túmulo com os
ímpios, e com os ricos em sua morte, embora não tivesse cometido nenhuma
violência nem houvesse nenhuma mentira em sua boca. 10 Contudo, foi da vontade
do SENHOR esmagá-lo e fazê-lo sofrer, e, embora o SENHOR tenha feito da vida
dele uma oferta pela culpa, ele verá sua prole e prolongará seus dias, e a
vontade do SENHOR prosperará em sua mão. 11 Depois do sofrimento de sua alma, ele
verá a luz e ficará satisfeito; pelo seu conhecimento meu servo justo justificará
a muitos, e levará a iniqüidade deles.” (Is 53.1-11)
Por causa da
vontade revelada de Deus, Jesus precisou morrer. Jesus precisou deixar todas as
coisas que Ele tinha no céu e vir à terra para cumprir a vontade do Deus. A
vontade de Jesus foi fazer a vontade revelada de Deus.
Se Jesus foi
moído e morto na cruz do calvário foi por que Deus assim o quis e planejou
desde o início para que a sua vontade pudesse ser revelada a nós: a salvação do
homem através de Jesus.
E nós, os
salvos, o que temos feito em favor dessa revelação? Será que temos mostrado
essa revelação ao mundo? Será que temos ido e revelado a outros, aquilo que
Deus já revelou a nós? Ou será que agiremos como alguns que diz que não precisa
ser feito coisa alguma já que a Graça de Deus é irresistível e que os eleitos
em seu tempo se achegarão até o Senhor? Como pode a Graça de Deus não ter a
abrangência do tamanho da abrangência do pecado? Se o pecado é universal (depravação
total) como pode a Graça de Deus não ser? Como pode a obra expiatória de Cristo
(maior prova de amor de todos os tempos) ser reduzida apenas aqueles que são
"eleitos"? Se a vontade revelada de Deus é boa, perfeita e agradável,
fica difícil crer que ela seja assim apenas para alguns.
E eu termino
com um texto que está em 2 Coríntios 5.15:
“E ele morreu por todos, para que os
que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e
ressuscitou.”
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